Wednesday 29 August 2018

Jardins. O elogio do silêncio.



Jardins. O elogio do silêncio.
O prazer e o fascínio que os jardins têm para mim são o resultado da influência que estes tiveram na minha infância. Desde muito cedo que a minha mãe e a minha avó materna, me levavam a mim e à minha irmã ao Parque Castro Guimarães junto ao Museu, e ao Parque Palmela, em Cascais. Mais tarde, nas férias grandes, descobri um mundo mágico e encantado nos jardins do solar da minha bisavó materna, no Minho. Árvores, flores, folhas e frutos; sombras e silêncio.


Em 2004, fiz uma exposição de cerâmica intitulada Jardins de Interior*

Em 2012, recomecei a desenhar com assiduidade. E, quando em 2017 a Manuela Rolão (Associação Cultural L1B- Seixal) me convidou para falar do meu percurso como ceramista e do meu renovado prazer de desenhar, intitulei a apresentação de Jardins de Interior. Ao escolher este título, reflecti sobre o que era para mim:

- o prazer dos jardins.
- o prazer de desenhar nos jardins e na Natureza
- o prazer da aguarela botânica

Os jardins geram paz e tranquilidade. E levam-me à reflexão.
Os desenhos têm, para mim, de vir do mais profundo do nosso ser. Quando isso acontece, vemos e sentimos a diferença. "O importante não é tanto o resultado mas o processo vivido".

A poesia e a literatura estão cheias de palavras inspiradoras sobre esta temática. Associar o desenho aos jardins e à palavra escrita é a minha proposta com este projecto.


*Jardins de Infância, The Walk to the Paradise Garden, Jardins Suspensos da Babilónia, Les Jardins sous la Pluie, Jardim da Celeste, Derek Jarman’s Garden, Jardim de Inverno, Vento quente no jardim de Marc, Jardim Inglês, Jardim Francês, Cidade-Jardim, Jardim Botânico, O Jardim dos Caminhos que se Bifurcam, Jardim sobre o lago de Thun, O Jardim das Delícias, Jardim Cinema, Colette au Jardin, Jardim à beira-mar plantado, From gardens where we feel secure, Jardim das Oliveiras, O Jardineiro Constante, Jardim Japonês, É favor não pisar a relva, O Jardim de Cimento, Um Crime no Jardim, Covent Garden, Jardim da Estrela, Não percebes nada de horta, O genuíno Almanaque Borda de Água, Na Outra Margem entre as Árvores, The Garden-Party, Raíz, caule, folhas, flores e frutos, Earth and green, Uma cobra a tirar água - outra a regar o jardim, A Árvore da Vida, Esplendor na Relva, Jardins de Interior. 
                                                                                 (José Vitorino: 2004)